Tomás Antônio Gonzaga (Arcadismo)

02/12/2011 17:07

 


    Em 11 de agosto de 1744 no Porto (Portugal) nasce o poeta mais popular da literatura Árcade. Veio aos oito anos para o Brasil, estabelecendo-se na Bahia, onde viveu e matriculou-se no colégio do Estado Baiano. Ele retorna para Portugal, formando-se em direito em Coimbra. De volta ao Brasil passa a morar em Vila Rica (1782), tendo como atividade de ouvidor. É neste período que dar início as suas atividades literárias e apaixona-se por Maria Dorotéia de Seixas a qual é invocada com o pseudônimo Marília. Sendo acusado em 1789 por participar da conjuração mineira é exilado em 1792, tomando o rumo para Moçambique, onde construiu uma nova vida, casando-se com Juliana de Souza Mascarenhas. Enfim, foi prestigiado e falecido em 1810. Pode-se dividir suas obras da seguinte maneira: Lírica e Satírica.
    O arcadismo como sabemos trouxe de volta as idéias clássicas, mostrando que a literatura Barroca desrespeitou com luxo, linguagem rebuscada e o desequilíbrio das estruturas. Este movimento literário deixou contagiar-se com as idéias iluministas no que diz respeito ao elogio do sentimento e da natureza, apresentando uma dualidade anunciativa de algo novo (romantismo). É por meio desse contexto ambivalente que Antônio Gonzaga torna-se o representante significativo que exprime tal acontecimento histórico, social e cultural na sociedade da época.
Marília de Dirceu foi a obra que demarcou rios, pois é através da mesma que encontramos duas vertentes: pré-romantismo e Arcadismo ligados. Na sua construção percebe-se um eu-lírico que idealiza a mulher amada, tendo como foco a valorização do amor. No fragmento a seguir identifica-se uma voz tipicamente romântica que declara seu amor incondicional e grandioso pela a amada, deixando bem claro o sentimentalismo a qual desperta no poeta o amor. Vejamos:
Eu tenho um coração maior que o mundo,
Tu, formosa, Marília, bem o sabes:
Um coração, e basta,
Onde tu mesma cabe.
    No entanto, mesmo tendo características românticas o autor é árcade, apresentando traços deste estilo literário a qual enfoca o pastoril, o bucólico, a natureza amena. Abaixo temos um fragmento que comprova tal contexto:
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, 
que viva de guardar alheio gado, 
de tosco trato, de expressões grosseiro, 
dos frios gelos e dos sóis queimado. 
Tenho próprio casal e nele assisto; 
dá-me vinho, legume, fruta, azeite; 
das brancas ovelhinhas tiro o leite 
e mais as finas lãs, de que me visto. 
Graças, Marília bela, 
graças à minha estrela!
    Como podemos ver nestes versos, temos uma linguagem mais clara sem o exagero e nem tão pouco relacionados a temas religiosos e místicos como vimos no Barroco. Aqui a vida campestre se sobrepõe, relatando uma cena rotineira de um vaqueiro que planta, colhe legumes, frutas, isto é, atividades que pessoas do campo praticam. 

Referências:
MASSAUD, Moisés. A Literatura Através dos Textos. São Paulo: Cultrix, 2009
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tom%C3%A1s_Ant%C3%B4nio_Gonzaga
https://www.graudez.com.br/literatura/obras/tagonzaga.htm

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