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02/12/2011 17:18

Personagens: Policarpo Quaresma de Lima Barreto e Milkau de Graça Aranha

 

    Policarpo Quaresma é um personagem muito fanático pelo seu país (Brasil), seu sonho gira em foco de tornar o Brasil grandioso e reconhecido. O caráter patrotista dar condições ao mesmo para traçar três projetos:

1-      Conhecer tradições brasileiras

2-      Dedicar ao trabalho Agrícola

3-      Lutar por ideias Republicanos

    Desiludido por Floriano (Marechal) a qual sonhara ser igualmente a ele. Policarpo Quaresma descobre que os grandes homens não estão preocupados com o bem da pátria, mas com os interesses pessoais.

    No final, denuncia as maldades aplicadas aos prisioneiros, porém acaba sendo preso pelos mesmos idealistas a qual era aliado. Estando na prisão, espera pelo seu “triste fim”. Veja a seguir um fragmento da obra: Triste Fim de Policarpo Quaresma, que nos propicia compreender tal desilusão do personagem:

“ Ficava assim um tempo longo, a ver e quando se voltava, olhava a cidade que entrava na sombra, aos beijos sangrentos do acaso.

A noite chegava e Quaresma continuava a passear na borda do mar, meditando, pesando, sofrendo com aquelas lembranças de ódios, de sangueiras e ferocidade.

A sociedade e a vida pareceram-lhe cousas horrorosas, e imaginou que do exemplo delas vinham os crimes que aquela punia, castigava e procurava restringir, Eram negras e desesperadas, as suas ideias: muita vez julgou que delierava.

E então se lamentava por estar sozinho, por não ter um companheiro com quem conversar, que lhe fizesse fugir àqueles tristes pensamentos que assediavam e se estavam transformando em obsessão”.( 1991:149)

 

 

    Já o personagem Milkau do livro Canaã da autora Graça Aranha é o otimismo em pessoa, tendo em vista a confiança num futuro melhor ao Brasil e forças universais do amor e da natureza. Com isso, podemos afirmar que Milkau é um humanista livre, individualista a qual teme o desaparecimento da tradição brasileira com a invasão dos colonos estrangeiros. Sua idealização está voltada na “ligação do homem ao homem” e a concretização da liberdade.

    Quaresma e Milkau apresentam particularidades quanto ao amor a pátria e as tradições brasileiras, são otimistas na melhoria do Brasil e dentro outros aspectos.

Referência:

Fascículo de Literatura Brasileira II

https://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/c/canaa

02/12/2011 17:15

Diferenças entre o Parnasianismo e o Simbolismo no Brasil

 

    É por meio da obra Fanfarras (1882), de Teófilo Dias que surgi uma nova escola literária o Parnasianismo no Brasil, com estilo e características distintas do individualismo, sentimentalismo e subjetivismo dos românticos, bem como distante dos fatos e problemas sociais, políticos da época enfatizados pelos realistas. A poesia parnasiana direciona seu foco para o culto da forma, temas universais: a natureza, a objetos inanimados, amor e histórias. Então, a impessoalidade torna o fator substancial de reforço a descrição e ao gosto pelo rigor formal, destacando a perfeição poética sobre a versificação e a métrica, deixando claro que o belo estava na forma. Outros aspectos importantes: a utiliza de uma linguagem culta ( a gramática e a linguagem rebuscada), o objetivismo, fatores referencias a mitologia Grega, a sensualidade da mulher ( centrada em características físicas). Esses são fragmentos decisíveis para a construção da literatura Parnasiana. A seguir temos a poesia: Vaso Chinês de Alberto Oliveira que é prova marcante do culto a descrição de objetos inanimados.

Vaso Chinês 
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzido,
Entre um leque e o começo de um bordado.
Fino artista Chinês, enamorado.
Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
Na tinta ardente de um calor sombrio.
Mas, também por contrastes à desventura,
Quem o sabe? De um velho mandarim
Também lá estava a singular figura;
Que arte em pintá-la a gente acaso vendo-a
Sentiam um não sei que com aquele chim
De olhos cortados à feição de amêndoa.
    Já no Brasil o simbolismo (1893) surgiu através da publicação das obras Missal (prosa) e Broqueis (poesia) do autor Cruz e Souza. Este é o grande artista que foi o ícone na escola simbolista. Com isso, muito diferente do estilo parnasiano. Esta escola voltou-se a temáticas acerca da morte, conflito entre matéria e espírito, o mistério, a transcendência do espírito, o gosto exagerado por brilho e cor branca, bem como no ponto formal, a sonoridade das palavras, sinestesias. Traz-nos um panorama muito interessante acerca dessa manifestação. Vejamos um trecho da poesia Antífona do autor Cruz e Souza que nos deixam muito claro algumas características no plano formal: 
Antífona
Ó formas alvas, brancas, formas claras
De luares, de neves de neblinas!...
Ó formas vagas, fluídas, cristalinas...
Incensos dos tubíbulos das aras...
Que o pólen de ouro dos mais finos astros
Fecunde e inflame a rima clara e ardente...
Que brilhe a correção dos alabastros...
Sonoramente, luminosamente.
Nesse 2 trecho do poema, identificamos no plano formal: a ênfase a cor branca, ao brilho, a luz.

Referências:
https://www.infoescola.com/literatura/parnasianismo/
https://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/parnasianismo/parnasianismo-2.php
https://www.brasilescola.com/literatura/o-simbolismo-no-brasil.htm
https://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/1765323
https://www.revista.agulha.nom.br/csousa.html#encarnacao

02/12/2011 17:13

O Humanismo em Machado de Assis

 

O humanismo em Machado de Assis

 

       O humanitismo como se sabe faz parte de uma filosofia moral, a qual foca o ser o humano como sendo o principal, representando um grau de importância. Sua ideologia está vinculada a posturas éticas, fundamentada sobre a dignidade, anseios e potencialidades do homem, deixando em particular a racionalidade. Diante desse contexto, identifica-se nopersonagem Quincas Borbas uma filosofia baseada na razão, isto é, vive concentrado em teorias fabuladas, representando o lado satírico de ver as pessoas, bem como deixando transparecer a amoral. De certo forma, explica diante do elemento ironiaas ações de Brás Cubas e da sociedade, visto que a filosofia apresentada é criada acerca da visão falsificada e ridícula dos comportamentos humanos da época, as quais se sobrepõem aos princípios éticos implicados na sua base teórica gerada pela filosofia, criticando os vencidos, neste caso, as pessoas que dominavam pelo poder econômico os dominados (elite rica), conforme a teoria: “ao vencedor as batatas”. A seguir veremos um fragmento que fala sobre a dimensão do sentido humanitismo, a qual Quicas Borbas utiliza-se a parábola como recurso para explicar tal fenômeno. Vejamos: 
— Mas que Humanitas é esse? 
— Humanitas é o princípio. Há nas coisas todas certa substância recôndita e idêntica, um princípio único, universal, eterno, comum, indivisível e indestrutível, — ou, para usar a linguagem do grande Camões: 
Uma verdade que nas coisas anda, 
Que mora no visíbil e invisíbil. 
Pois essa substância ou verdade, esse princípio indestrutível é que é Humanitas. Assim lhe chamo, porque resume o universo, e o universo é o homem. Vais entendendo? 
— Pouco; mas, ainda assim, como é que a morte de sua avó... 
— Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas. 


    Neste trecho fica muito claro a definição dos valores humanitas, elaborando concepções que refletem diante de questões referente a má distribuição de recursos do espaço social, prevalecendo assim uma lei que percebemos até hoje na sociedade moderna.
Referências:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Humanismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tem%C3%A1tica_de_Machado_de_Assis
https://www.recantodasletras.com.br/artigos/134772

02/12/2011 17:11

Realismo e Naturalismo no Brasil

 

    O realismo brasileiro, muito diferente do português, construiu características distintas. Sendo assim, “apimentado” pela crítica social da realidade, advindo do grande escritor, ou melhor: O Bruxo do Cosme Velho, Machado de Assis. È a partir da segunda fase deste escritor, bem como em 1881 com o livro Memórias póstumas de Braz Cubas que nasce uma escola literária capaz de provocar estranheza nos leitores da época, o Realismo no Brasil. Machado de Assis, mostra em suas obras: a falsidade nas relações humanas, sempre marcadas pelas traições e interesses, evidentes em suas personagens as quais buscam tirar proveito da situação.
    Agora fica claro, porque esta escola é diferente do estilo crítico e direto do realismo português. Com Braz Cubas, percebemos o retrato seguido a risco de membros pertencentes à alta elite brasileira. A arrogância do “defunto autor” e sua desfaçatez mostra a verdadeira face política, desejos e atitudes humanas da época. Comprovam-se estas afirmações no capítulo: “Das Negativas”. Vejamos:
"Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto. Mais; não padeci a morte de D. Plácida, nem a semidemência do Quincas Borba. Somadas umas cousas e outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra, e conseguintemente que saí quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: - Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria."
    Diante desse trecho acima analisado, destacamos: a melancolia, a arrogância do personagem em não precisar trabalhar para se sustentar e também o fato de não ter deixado nenhum filho como afirma: “não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria”. Tão profundamente solitário. Ele termina com este capítulo cheio de pensamentos negativos a qual deixa prevalecer um ser triste, mas ao mesmo tempo implacável consigo acerca de uma análise crítica sobre sua vida.
    O Naturalismo
    O naturalismo foi um estilo advindo da estética realista. Tendo como base principal a ciência, conforme o meio para investigação e análise do comportamento social. No entanto, mesmo preservando fatores racionais e objetivos dos autores realistas. Os romances naturalistas dessa corrente literária criaram temas acerca da análise do comportamento das doenças humanas, desejos sexuais e o jeito animalesco de ser. Tudo isso, ligado as ideias da evolução humana de Charles Darwin. Então, os naturalistas indicavam como consequência de todas essas formas de agir dos seres humanos: a seleção natural das espécies e suas transformações.
No Brasil, Aluízo de Azevedo foi o naturalista que dar início a este movimento literário com o livro O Mulato (1881). No entanto, é através da sua obra o cortiço que este escritor consegue elaborar muito bem o romance naturalista. Em o cortiço podemos ver as verdadeiras características típicas desse estilo: a promiscuidade, a mistura das raças, a sexualidade, violência e a exploração da espécie humana. Enfatizamos ainda Júlio Ribeiro com o romance A Carne (1888), tendo em vista como foco a histeria patológica, também o autor Adolfo Caminha escrevendo: A Normalista e O Bom-Crioulo.
Referências:
Fascículo de Literatura Brasileira II
https://fredb.sites.uol.com.br/mpbc.html
https://www.coladaweb.com/literatura/realismo-e-naturalismo

02/12/2011 17:10

O Romantismo no Brasil

 

    Como sabemos o romantismo é um movimento literário que trouxe a ascensão da burguesia, bem como a relação com a classe popular. No entanto, a burguesia estaria distante de alcançar uma representação significativa na vida social e política. O que de fato tornou este movimento literário conhecido e contribuiu de forma crucial para a proliferação no Brasil, foi o desenvolvimento urbano. Com isso, a classe burguesa apenas modelou este ambiente. A característica maior que marcou intensamente este cenário advém da expressão do povo do território no que diz respeito ao seu processo de urbanização.
    Diante desse contexto, vale salientar a importância da filosofia Alemã diante da representação romântica acerca daobservação em seu vários aspectos, acrescentando valorosamente ao espírito romântico, tendo em vista a demarcação e a ampliação dos significados. Assim, também destacamos outro aspecto da filosofia: a investigação, reagindo e criticando as concepções racionalistas. O poder de questionar a vida, o espírito e a busca das respostas no seu interior dar condições filosóficas para compreender o estado físico e natural do homem, criando assim um Eu que consegue transparecer, transformar seus sentimentos, refletindo na consciência humana um ser que é capaz de criar forças e recriar o mundo físico e psíquico.
Ao questionar o real e o ideal surge a criação artística a qual eu-puro transcrever seus sentimentos, idéias, o mundo interior e real. Foi com estes subsídios que alguns poetas traçaram o caminho da literatura romântica no Brasil. Vejamos os mais conhecimentos das gerações: Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo e Castro Alves. A seguir temos um fragmento que exprime essa explosão de sentimentos (Lira dos Vinte anos,1999):
 

Vivi na solidão- odeio o mundo
E no orgulho embucei meu rosto pálido
Como um astro na treva...
Senti a vida um lupanar imundo
Se acorda o triste profanado, esquálido
- A morte fria o leva ...
Referência:
Fascículo de Literatura Brasileira 

02/12/2011 17:07

Tomás Antônio Gonzaga (Arcadismo)

 


    Em 11 de agosto de 1744 no Porto (Portugal) nasce o poeta mais popular da literatura Árcade. Veio aos oito anos para o Brasil, estabelecendo-se na Bahia, onde viveu e matriculou-se no colégio do Estado Baiano. Ele retorna para Portugal, formando-se em direito em Coimbra. De volta ao Brasil passa a morar em Vila Rica (1782), tendo como atividade de ouvidor. É neste período que dar início as suas atividades literárias e apaixona-se por Maria Dorotéia de Seixas a qual é invocada com o pseudônimo Marília. Sendo acusado em 1789 por participar da conjuração mineira é exilado em 1792, tomando o rumo para Moçambique, onde construiu uma nova vida, casando-se com Juliana de Souza Mascarenhas. Enfim, foi prestigiado e falecido em 1810. Pode-se dividir suas obras da seguinte maneira: Lírica e Satírica.
    O arcadismo como sabemos trouxe de volta as idéias clássicas, mostrando que a literatura Barroca desrespeitou com luxo, linguagem rebuscada e o desequilíbrio das estruturas. Este movimento literário deixou contagiar-se com as idéias iluministas no que diz respeito ao elogio do sentimento e da natureza, apresentando uma dualidade anunciativa de algo novo (romantismo). É por meio desse contexto ambivalente que Antônio Gonzaga torna-se o representante significativo que exprime tal acontecimento histórico, social e cultural na sociedade da época.
Marília de Dirceu foi a obra que demarcou rios, pois é através da mesma que encontramos duas vertentes: pré-romantismo e Arcadismo ligados. Na sua construção percebe-se um eu-lírico que idealiza a mulher amada, tendo como foco a valorização do amor. No fragmento a seguir identifica-se uma voz tipicamente romântica que declara seu amor incondicional e grandioso pela a amada, deixando bem claro o sentimentalismo a qual desperta no poeta o amor. Vejamos:
Eu tenho um coração maior que o mundo,
Tu, formosa, Marília, bem o sabes:
Um coração, e basta,
Onde tu mesma cabe.
    No entanto, mesmo tendo características românticas o autor é árcade, apresentando traços deste estilo literário a qual enfoca o pastoril, o bucólico, a natureza amena. Abaixo temos um fragmento que comprova tal contexto:
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, 
que viva de guardar alheio gado, 
de tosco trato, de expressões grosseiro, 
dos frios gelos e dos sóis queimado. 
Tenho próprio casal e nele assisto; 
dá-me vinho, legume, fruta, azeite; 
das brancas ovelhinhas tiro o leite 
e mais as finas lãs, de que me visto. 
Graças, Marília bela, 
graças à minha estrela!
    Como podemos ver nestes versos, temos uma linguagem mais clara sem o exagero e nem tão pouco relacionados a temas religiosos e místicos como vimos no Barroco. Aqui a vida campestre se sobrepõe, relatando uma cena rotineira de um vaqueiro que planta, colhe legumes, frutas, isto é, atividades que pessoas do campo praticam. 

Referências:
MASSAUD, Moisés. A Literatura Através dos Textos. São Paulo: Cultrix, 2009
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tom%C3%A1s_Ant%C3%B4nio_Gonzaga
https://www.graudez.com.br/literatura/obras/tagonzaga.htm

02/12/2011 17:04

Gregório de Matos e Padre Antonio Vieira

 

Gregório de Matos (1636-1696) destaca-se como o grande poeta barroco brasileiro. Em suas poesias identifica-se a influência barroca espanhola. Suas obras chamam no início a atenção dos críticos por apresentar uma linguagem debochada, com termos de baixo calão e criticando a sociedade baiana da época. Assim, criaram um apelido a qual ficou conhecido como “Boca do Inferno”. A poesia lírica de Gregório de Matos pode ser dividida em: lírica sacra, lírica amorosa (espiritual e carnal), lírica encomiástica (circunstância). A seguir apresentam-se características de cada uma, porém nos prenderemos a abordar a poesia lírica amorosa.

Poesia Lírica Sacra: expõe sua visão perante o homem como ser pequeno, insignificante diante de Deus, bem como provido de pecado em busca do perdão.

EX: Buscando a Cristo

A vós correndo vou, braços sagrados

Nessa cruz sacrossanta descobertos,

Que para receber, estais abertos

E, por não castigar-me estais cravados...

Esta poesia é construída mediante a metonímias que se entrelaçam as partes de Cristo.

Poesia lírica Encomiástica: nesta voz o poeta louva, elogia, formando poemas laudatórios (de elogios) e também de circunstância (fatos triviais, vulgares da sociedade).

EX: Morte do Padre Antonio Vieira

Corpo a corpo à campanha embravecida,

Braço a braço à batalha rigorosa

Sai vieira com sanha belicosa,

De impaciência a morte sai vestida...

Chegamos agora na poesia lírica amorosa: o eu – lírico é caracterizado através do erotismo, mostrando-se sensual, ora grosseiro, ora com uma fineis rara, demonstrando o amor elevado, à modos dos sonetos de Camões, tendo em vista, a obscenidade, o desejo carnal. Gregório tem postura platônica que o domina acerca do tema mulher. Aqui, encontramos traços do erotismo, bem como o desbocamento. A mulata é admirada e glorificada. Vejamos neste soneto:

Minha rica mulatinha,

Desvelo e cuidado meu,

eu já fora todo teu,

e tu foras toda minha;...

Este soneto quando passamos a analisar a princípio, vemos versos curtos, com a aproximação de uma linguagem mais espontânea e popular. O poeta, ou melhor, o eu - lírico ver a mulher de modo espiritual, e por meio do desejo carnal. Essas duas visões podem ser percebidas neste texto poético acima explorado.

Padre Antonio Vieira (1608-1697) destaca-se na literatura barroca com suas prosas, escrevendo diversos sermões a qual podemos citar os mais conhecidos: Sermões da Sexagésima (fala sobre a arte de pregar), Sermão de Santo Antônio aos Peixes (relata a escravidão indígena), Sermão do Mandato. Este último sermão do Padre Vieira, apresenta o amor divino, sem egoísmo, amor de Deus sem limite para com os seres humanos e perfeito, puro. Abaixo segue um fragmento do sermão que demonstra esta afirmação:

“Quanto à substância do amor, Cristo, Senhor nosso, tanto nos amou no dia da Encarnação, como no dia de hoje, e em todos os dias da sua vida, porque o seu amor é amor perfeito, e não fora seu, se assim não fora. O amor dos homens, ou míngua,ou cresce, ou pára; o de Cristo nem pode minguar, nem crescer, nem parar, porque é, foi, e será sempre amor perfeito, e por isso sempre o mesmo, e sem alteração nem mudança. Ama Cristo enquanto homem, como ama enquanto Deus. Perguntam os teólogos: como ama Deus a uns mais e a outros menos, se o seu amor - o qual se não distingue da sua essência - é sempre um só e o mesmo, infinito, simplicíssimo e imutável? E respondem que a diferença ou desigualdade não está no amor, senão nos efeitos, porque a uns sujeitos faz Deus maiores bens que a outros. Os homens amamos os objetos pelo bem que tem: Deus ama-os pelo bem que lhes faz”.

Portanto, Gregório de Matos e Padre Antonio Vieira definem o amor de formas totalmente diferente. Enquanto um apresenta a face da manifestação carnal, o desejo. O outro caracteriza- o como em sentimento perfeito, que deixa o homem sem enxergar a qual se manifesta acerca dos sentidos e não da razão.

Referência:

Fascículo: Literatura Brasileira I

https://www.jackbran.pro.br/literatura/gregorio_de_matos.htm

https://netopedia.tripod.com/Literatura/barroco.htm

https://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/sala_de_aula/portugues/literatura_brasileira/autores/lirica

https://www.acervoescolar.com.br/index.php?ind=reviews&op=entry_view&iden=91

https://www.fontedosaber.com/portugues/o-barroco.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_barroca_no_Brasil

https://www.colegioweb.com.br/literatura/padre-antonio-vieira-lisboa-1608--salvador-ba-1697-.html

https://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/mandato.html

02/12/2011 17:01

A Literatura Colonial Brasileira

 

    Diante da análise acerca dos textos: O Auto de São Lourenço, a notícia do jornal e o texto do modernista Oswaldo de Andrade. Identificamos uma relação que liga o tema violência, ora em seu aspecto psicológico, ora físico. Em outrora, nos deparamos com o texto Auto de São Lourenço como prova das intervenções que os jesuítas praticavam sobre os índios com o foco de modificar seus costumes, crenças e tradições, mostrando aos indígenas que sua cultura era advinda do poder do mal. Com isso, criaram historias mentirosas para poderem manipular a consciência indígena, deixando bem claro que seus deuses não passavam de demônios a qual os induziam ao pecado. No entanto, os nativos só encontrariam o perdão caso aceitassem o Deus católico. Anchieta cria esta narrativa com objetivo de impor a adoração e medo a Deus. Assim, terão a salvação. Vejamos este fragmento:

 Mas existe a confissão,
Bem remédio para a cura.
Na comunhão se depura
Da mais funda perdição
A alma que o bem procura.
Se depois de arrependidos
Os índios vão confessar
Dizendo: Quero trilhar
o caminho dos remidos”.
— O padre os vai abençoar.

    A violência psicológica não foi a única a ser aplicada pelos jesuítas, mas a física também, exercida na maioria das vezes pelos portugueses. Por pensarem que os índios eram uma espécie de animais que serviam apenas como escravos, pois isso era da sua natureza. Os portugueses não consideravam os índios como seres humanos. E por isso deveriam ser exterminados e escravizados. Nesse sentido, podemos comprovar o quanto a figura indígena é capaz de provocar ainda comportamentos irracionais, levando algumas pessoas a cometerem atrocidades criminosas, através de ações animalescas. Afinal quem é o selvagem nesta historia? Que age por instintos, com violência psicológica e física. Mesmo com o passar do tempo. Conceitos não foram mudados e atitudes perversas prevalecem como, por exemplo, nesta notícia do portal globo ( 19 de abril de 2007):

 “ Há 10 anos, no dia 20 de abril de 1997, cinco rapazes de classe média de Brasília atearam fogo no índio pataxó Galdino Jesus dos Santos, de 44 anos, que dormia em uma parada de ônibus na Asa Sul, bairro nobre da capital Federal. Cometido o crime, fugiram, mas um outro jovem que passava por ali, um chaveiro, anotou o número da placa do carro dos assassinos e entregou à polícia. Horas depois, Galdino morreu vítima de queimaduras em 95% do corpo, que foi encharcado por 1 litro de álcool. Galdino chegara a Brasília no dia anterior, 19 de abril, Dia do Índio. Ele participou de várias manifestações pelos direitos dos índios.”

Portal Globo.com, 19 de abril de 2007

A que ponto chega o preconceito das pessoas?

    Já no poema de Oswaldo de Andrade, acontece uma diferença em relação aos textos anteriores analisados. O autor deixa entrelinhas os artifícios que os portugueses utilizaram em seu primeiro contato com os índios para conseguirem a interação. Eles ficaram encantados com aquelas pessoas e coisas que estavam ali em sua frente. Também Oswaldo deixa claro que se os portugueses estivessem chegados em outros tempos a qual o índio não era tão pacífico. Eles teriam lutado até a morte, sem ao mesmo ter tido uma troca de palavras. Portanto, os indígenas foram digamos assim, vencidos com aquela magia, encanto que apresentavam. Tendo em vista esta situação, os nativos foram conquistados pelos portugueses.

Referência:

Fascículo de Literatura Brasileira I

02/12/2011 16:31

Fernando Pessoa

 

 Fernando Antonio Nogueira Pessoa(13/05/1888) é um dos autores mais complexos e indecifráveis da literatura portuguesa por alcançar uma persoanalidade insólida e de caráter múltiplo, deixando o rastro de heterônimos capazes de mostrar a genealidade de tal proeza artistica do século XX. Desse modo o poeta assume personalidades humanas com visões do passado, presente e futuro. Temos a prova desse contexto nos seguintes versos:

"Multipliquei-me, para me sentir,

Para me sentir, precisei sentir tudo,

Transbordei-me, não fiz senão extravasar-me"

  É através dos heterônimos de Fernando Pessoa que o mesmo paga um alto preço. Sendo assim essa multiplicação interfere na personalidade do próprio Pessoa. Com isso acontece a despersonalização enquanto sujeito.Segundo Massaud Moisés:

Os heterônimos constituem, por isso, meios de conhecer a complexidade do real, impossível para uma única pessoa. O poeta não poderia, obviamente, multiplicar-se um número igual aos seres viventes nas três dimensões temporais. Em vista disso, multiplica-se em heterônimos-símbolos, como se lhe fosse possível chegar a cosmoviões arquetípicas, incapazes de se expressar como tal.(334:2009).

  Vejamos seus três principais heterônimos:

  Alberto Caeiro: Poeta do campo, seu dom de escrever poesia nasce por natureza.

  Ricardo Reis: simboliza a parte humanística de enchergar o mundo.

  Álvaro de Campos: este tem espírito moderno. E algnus que ficaram incompletos ou meramentes esboçados: Bernado Soares, Alexander Search, que escrevia em inglês, Vicente Guedes etc.

  Poesia ortônoma: escrita por Pessoa ele-mesmo. Ele tem o caráter lírico, bem como dialético, forte predominância barroca.

  Referência: A literatura Portuguesa, Massaud Moisés,36 edição, Cultrix,2009

02/12/2011 16:30

Florbela Espanca

 

    Diante da magia criada na poesia de Florbela Espanca, surgi o seu mundo a qual tenta esconder-se e proteger-se deste mundo exterior, consequentemente advindo das mudanças ocorridas na vida e a maneira como ela enfrenta com dificuldade. Então os versos da poetiza são uma espécie de controle dos seus impulsos e exigências. É através da escritapoética que Florbela ultrapassa seus limites de mulher para chegar ao topo da plenitude literária, traçando assim um mapa profundo do seu interior, mediante seu reflexo, ou seja, ela se revê totalmente, não é a toa que gasta muita energia, fazendo com que renegue todo o resto.

    A poesia foi sua companheira justamente por compreendê-la, porém incompreendida. Com isso, seus versos tornaram-se uma poderosa arma sedutora na qual a autora sabia do poder que tinha. Nesse caso, utilizou a magia dos versos para conquistar o seu amado. Tendo em vista esse contexto, identificamos na sua poesia o retrato vivo da poetisa, bem como a trajetória das suas vivências: a dor, os desamores, a angústia, os sonhos não realizados, a vida que não conseguiu viver e entre outros desencantos pelo seu percurso. Podemos perceber neste poema a seguir:

Castelã

Altiva e couraçada de desdém

Vivo sozinha em meu castelo, a Dor...

Debruço-me às ameias ao sol-pôr

E ponho-me a cismar não sei em quem!

 

Castelã da Tristeza vês alguém?!...

- E o meu olhar é interrogador...

E rio e choro! É sempre o mesmo horror

E nunca, nunca vi passar ninguém!

 

- Castelã da Tristeza porque choras,

Lendo toda de branco um livro d'horas

À sombra rendilhada dos vitrais?...

 

Castelã da Tristeza, é bem verdade,

Que a tragédia infinita é a Saudade!

Que a tragédia infinita é Nunca Mais!!

    Esses versos são a prova da solidão intensa da autora em relação ao mundo, o afastamento acerca da sociedade. Por isso ela se recolhe em seu “castelo” (no seu interior), longe de tudo que a faça sofrer mais ainda, porém encontra-se em meio à saudade que a faz refletir e questionar: “castelo da tristeza vês alguém’’?!... Se analisarmos mais afundo este poema, vemos a dor de um coração partido que tem como único apoio ou melhor como amiga a poesia para contar-lhe seus sofrimentos de mulher. Portanto, Florbela da Alma da Conceição levantou na literatura portuguesa um voz feminina nunca antes vista em outrora e nem na atualidade.

 

Referência:

https://www.citi.pt/cultura/literatura/poesia/florbela_espanca/poesia_para_florbela.html

 "A literatura nutre a alma e a consola." (Voltaire)

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