Diferenças entre o Parnasianismo e o Simbolismo no Brasil

02/12/2011 17:15

 

    É por meio da obra Fanfarras (1882), de Teófilo Dias que surgi uma nova escola literária o Parnasianismo no Brasil, com estilo e características distintas do individualismo, sentimentalismo e subjetivismo dos românticos, bem como distante dos fatos e problemas sociais, políticos da época enfatizados pelos realistas. A poesia parnasiana direciona seu foco para o culto da forma, temas universais: a natureza, a objetos inanimados, amor e histórias. Então, a impessoalidade torna o fator substancial de reforço a descrição e ao gosto pelo rigor formal, destacando a perfeição poética sobre a versificação e a métrica, deixando claro que o belo estava na forma. Outros aspectos importantes: a utiliza de uma linguagem culta ( a gramática e a linguagem rebuscada), o objetivismo, fatores referencias a mitologia Grega, a sensualidade da mulher ( centrada em características físicas). Esses são fragmentos decisíveis para a construção da literatura Parnasiana. A seguir temos a poesia: Vaso Chinês de Alberto Oliveira que é prova marcante do culto a descrição de objetos inanimados.

Vaso Chinês 
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzido,
Entre um leque e o começo de um bordado.
Fino artista Chinês, enamorado.
Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
Na tinta ardente de um calor sombrio.
Mas, também por contrastes à desventura,
Quem o sabe? De um velho mandarim
Também lá estava a singular figura;
Que arte em pintá-la a gente acaso vendo-a
Sentiam um não sei que com aquele chim
De olhos cortados à feição de amêndoa.
    Já no Brasil o simbolismo (1893) surgiu através da publicação das obras Missal (prosa) e Broqueis (poesia) do autor Cruz e Souza. Este é o grande artista que foi o ícone na escola simbolista. Com isso, muito diferente do estilo parnasiano. Esta escola voltou-se a temáticas acerca da morte, conflito entre matéria e espírito, o mistério, a transcendência do espírito, o gosto exagerado por brilho e cor branca, bem como no ponto formal, a sonoridade das palavras, sinestesias. Traz-nos um panorama muito interessante acerca dessa manifestação. Vejamos um trecho da poesia Antífona do autor Cruz e Souza que nos deixam muito claro algumas características no plano formal: 
Antífona
Ó formas alvas, brancas, formas claras
De luares, de neves de neblinas!...
Ó formas vagas, fluídas, cristalinas...
Incensos dos tubíbulos das aras...
Que o pólen de ouro dos mais finos astros
Fecunde e inflame a rima clara e ardente...
Que brilhe a correção dos alabastros...
Sonoramente, luminosamente.
Nesse 2 trecho do poema, identificamos no plano formal: a ênfase a cor branca, ao brilho, a luz.

Referências:
https://www.infoescola.com/literatura/parnasianismo/
https://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/parnasianismo/parnasianismo-2.php
https://www.brasilescola.com/literatura/o-simbolismo-no-brasil.htm
https://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/1765323
https://www.revista.agulha.nom.br/csousa.html#encarnacao

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