literatura: a visão de vários mundos
O realismo brasileiro, muito diferente do português, construiu características distintas. Sendo assim, “apimentado” pela crítica social da realidade, advindo do grande escritor, ou melhor: O Bruxo do Cosme Velho, Machado de Assis. È a partir da segunda fase deste escritor, bem como em 1881 com o livro Memórias póstumas de Braz Cubas que nasce uma escola literária capaz de provocar estranheza nos leitores da época, o Realismo no Brasil. Machado de Assis, mostra em suas obras: a falsidade nas relações humanas, sempre marcadas pelas traições e interesses, evidentes em suas personagens as quais buscam tirar proveito da situação.
Agora fica claro, porque esta escola é diferente do estilo crítico e direto do realismo português. Com Braz Cubas, percebemos o retrato seguido a risco de membros pertencentes à alta elite brasileira. A arrogância do “defunto autor” e sua desfaçatez mostra a verdadeira face política, desejos e atitudes humanas da época. Comprovam-se estas afirmações no capítulo: “Das Negativas”. Vejamos:
"Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto. Mais; não padeci a morte de D. Plácida, nem a semidemência do Quincas Borba. Somadas umas cousas e outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra, e conseguintemente que saí quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: - Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria."
Diante desse trecho acima analisado, destacamos: a melancolia, a arrogância do personagem em não precisar trabalhar para se sustentar e também o fato de não ter deixado nenhum filho como afirma: “não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria”. Tão profundamente solitário. Ele termina com este capítulo cheio de pensamentos negativos a qual deixa prevalecer um ser triste, mas ao mesmo tempo implacável consigo acerca de uma análise crítica sobre sua vida.
O Naturalismo
O naturalismo foi um estilo advindo da estética realista. Tendo como base principal a ciência, conforme o meio para investigação e análise do comportamento social. No entanto, mesmo preservando fatores racionais e objetivos dos autores realistas. Os romances naturalistas dessa corrente literária criaram temas acerca da análise do comportamento das doenças humanas, desejos sexuais e o jeito animalesco de ser. Tudo isso, ligado as ideias da evolução humana de Charles Darwin. Então, os naturalistas indicavam como consequência de todas essas formas de agir dos seres humanos: a seleção natural das espécies e suas transformações.
No Brasil, Aluízo de Azevedo foi o naturalista que dar início a este movimento literário com o livro O Mulato (1881). No entanto, é através da sua obra o cortiço que este escritor consegue elaborar muito bem o romance naturalista. Em o cortiço podemos ver as verdadeiras características típicas desse estilo: a promiscuidade, a mistura das raças, a sexualidade, violência e a exploração da espécie humana. Enfatizamos ainda Júlio Ribeiro com o romance A Carne (1888), tendo em vista como foco a histeria patológica, também o autor Adolfo Caminha escrevendo: A Normalista e O Bom-Crioulo.
Referências:
Fascículo de Literatura Brasileira II
https://fredb.sites.uol.com.br/mpbc.html
https://www.coladaweb.com/literatura/realismo-e-naturalismo